Pornografia em computador faz empresa demitir 11 funcionários
Diário de S.Paulo
SÃO PAULO - A DaimlerChrysler mandou embora 11 funcionários da unidade de São Bernardo do Campo que tinham em seus computadores imagens ou vídeos pornográficos. A montadora não quis se pronunciar sobre o assunto. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que está negociando com a empresa a reversão da decisão, mesmo que parcial.
- Queremos que sejam analisados alguns casos, pelo menos os mais amenos - afirma Tarcísio Decoli, da comissão de fábrica da DaimlerChrysler. Para o sindicato, a medida não pode ser igual para os 11 trabalhadores, já que cada um tem uma situação diferente. A empresa se comprometeu a analisar a gravidade de cada caso até sexta-feira.
Serão considerados algumas questões, como a periodicidade de uso do material. A montadora poderia, por exemplo, suspender os trabalhadores - o que significa ficar em casa sem direito a salário no período determinado.
Segundo Decoli, as demissões realizadas na semana passada não foram por justa causa: "os trabalhadores receberão o aviso-prévio e todos os direitos", afirma. Um funcionário da empresa, que não quis se identificar, conta que foi feito um rastreamento na rede interna, a intranet. Fotos, vídeos e slides foram encontrados.
- Esses 11 trabalhadores tinham salvado o material na rede - conta. E completa: "se o rastreamento fosse em cada PC, outros 200 funcionários teriam o mesmo problema".
Uia, e pensar que ontem eu tava fuçando esse site aqui no trabalho. Qualquer coisa, a culpa é dele, que fica estimulando essas pornografias, hohoho.
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Os invasores do Arpoador
Marcella Sobral
A ocupação irregular não se restringe às encostas tomadas por favelas e já chegou à orla. Sem ser incomodado pelas autoridades, o radialista paulistano Cléber Allcasar instalou há três meses uma barraca de acampamento na Praia do Diabo, no Arpoador, fez uma sala de estar ao ar livre e aproveita a paisagem da sua “casa” para tocar violão. Ele não é o único que vive ilegalmente entre as praias mais famosas da cidade, a de Copacabana e a de Ipanema, e próximo ao Forte, de propriedade do Exército. Mesmo depois que a prefeitura instalou um portão numa caverna entre as pedras do Costão do Arpoador, o barraqueiro Joziel Cruz de Andrade continua morando no local. Ele tem até a chave do portão que deveria impedir seu acesso.
O barraqueiro conhecido como Bangu — apelido dado porque ele morava na Zona Oeste antes de se mudar para o Arpoador — já ocupa a caverna há dois anos. Inicialmente, ele usava o lugar apenas para guardar objetos e dormir eventualmente para evitar a longa viagem de volta para Bangu.
— Depois que minha mulher se mudou para Mato Grosso, há uns três meses, eu passei a ficar aqui todos os dias — admite Bangu.
Talvez o tempo de permanência de Bangu explique o fato de os moradores do Arpoador — que têm despesa média anual de IPTU de R$ 10 mil num bairro onde o metro quadrado vale R$ 16 mil — já terem se conformado com a situação.
— O Bangu fica ali e a gente finge que nem vê. Não está na minha frente — diz um morador.
Morador diz que pôs ordem na caverna
Bangu, que trabalha há 24 anos nas areias do Arpoador, alega inclusive ter autorização da prefeitura para habitar a caverna de menos de três metros quadrados e um metro de altura, onde mal se pode ficar em pé. Segundo ele, a autorização foi dada pela 6 Região Administrativa.
— Isso aqui vivia ocupado por mendigos que usavam os buracos entre as pedras como banheiro e cozinha. Comigo aqui, não tem nada disso. Eu acordo e limpo tudo, recolho o lixo. Até tapei os outros buracos para que ninguém mais pudesse usar — diz Bangu.
Já o paulistano Cléber Allcasar, de 40 anos, conta que chegou ao Rio com esperança de conseguir hospedagem na casa de um tio-avô, no Leblon. O plano não deu certo e o radialista passou a ter como endereço fixo um cantinho na Praia do Diabo. Ali, montou sua barraca e estacionou a bicicleta. Tem também um guarda-volumes para atender freqüentadores da praia.
— Como já tinha chegado até aqui, me entreguei à cidade. Peguei a minha bicicleta e vim descendo a orla desde a Barra até chegar aqui. Quando olhei esse lugar, esse pedacinho de praia, resolvi ficar — conta Cléber, que sobrevive recolhendo latinhas de alumínio e diz nunca ter ouvido reclamação dos moradores. — Pelo contrário, eles chegam aqui, falam comigo e, às vezes, até me dão um dinheirinho.
Mas, sem se identificar, um morador protesta:
— Isso aqui vai virar uma favela. É assim que começa. Chega um, chega outro e quando você vai ver, não se tem mais o controle da situação.
Um outro morador do Arpoador é mais enfático:
— Sou morador daqui há anos. Também quero viver em frente à praia sem pagar nada. Vou montar minha barraquinha ao lado da dele.
Mas o administrador mostrou-se surpreso ao saber que a chave do portão está com o invasor e prometeu fazer uma nova operação para desocupar o local.
A subprefeitura da Zona Sul reconhece que a fiscalização no Arpoador foi abandonada nos últimos meses.
— Nesses últimos tempos, priorizamos a fiscalização em outros locais, como o entorno da Lagoa, as áreas internas do bairro de Copacabana e o Baixo Gávea. Mas agora vamos mudar o cronograma e direcionar uma ação específica para lá — disse o subprefeito da Zona Sul, Mário Filippo, que disse não ter recebido reclamação de moradores sobre os invasores.
Cléber, por exemplo, nunca foi incomodado pela prefeitura. Filippo disse que, nos últimos três meses, participou de duas ações noturnas na Praia do Diabo, mas não havia barraca no local.
— Ele pode ter recolhido a barraca nos dias de fiscalização e, como percebeu que a ação deixou de ser freqüente, passou a deixar a barraca montada permanentemente. Mas vamos coibir isso — diz o subprefeito.
O administrador regional André Luiz Vila Verde, da 6 Região Administrativa, nega que tenha sido dada autorização para Bangu morar na caverna.
— Nunca foi dada autorização, nem verbal, nem escrita. Em março, ele veio até a R.A. pedir autorização para morar lá e exercer a função de síndico do lugar. Mas esta autorização nunca foi dada — afirmou Vila Verde, acrescentando que, como Bangu já havia sido retirado outras vezes e voltado ao local, decidiu-se instalar uma porta de ferro na caverna.
Especialistas do mercado imobiliário afirmam que a ocupação caracteriza a falta de ação do poder público na região e lembram que é assim que surgem as favelas.
— É uma invasão. Ninguém pode morar em um lugar público, não podemos permitir isso. Isso é a degradação da cidade — declarou o diretor da Patrimóvel, Rubem Vasconcelos.
Concordo que se não houver fiscalização, a coisa vira favela. Tem mais é que marcar em cima, tirar todo mundo que queira dar uma de espertinho e tudo mais. Mas poxa, o tal do Bangu trabalha na praia há 24 anos. Ele não apareceu ontem não. Custava deixar o homem ali em paz?
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E só pra fechar com uma boa noticia...
Flamengo empata no fim e segue no rebaixamento
* ou "Eu não tenho o que postar, mas quero postar mesmo assim
quinta-feira, outubro 27, 2005
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