"Ela vem de mansinho, como quem não quer nada. Tão sutil que não percebo a sua aproximação e continuo fazendo as coisas normais, lendo, escrevendo, pesquisando. Até que respiro fundo. E sinto. Ela chegou. Respiro e lembro de você. Tarde demais, ela já está aqui. Tomou conta. A partir desse momento todos os meus atos são tentativas frustradas de levar minha mente para algum lugar bem longe de você. Bato nas teclas desse teclado esperando que elas façam minha mente esquecer daquilo que me faz sorrir mesmo sendo invisível. Tento afastar qualquer indício de esperança porque sei que isso só aumenta o sofrimento. Não quero mais viver de coisas abstratas. Não quero mais me alegrar com aquilo que sonho, com aquilo que imagino, que visualizo. Quero viver as coisas reais. E você não é real.
É presente, mas não é real.
Me arranca sorrisos, mas não é real.
Me faz suspirar, mas não é real.
Alegra o meu dia, mas não é real.
Me faz ver tudo colorido, mas não é real.
Me enche de esperança, mas não é real.
Me faz sonhar, mas não é real.
Me faz feliz, mas não é real.
Eu preciso de algo mais concreto, algo apalpável, algo próximo, algo verdadeiro e não fruto de minha imaginação fértil.
Eu não sei se prefiro ver o mundo colorido de meus sonhos e divagações, ou se prefiro ver o mundo cinza, na crueldade da minha realidade.
Eu não sei se prefiro alimentar minhas esperanças em algo totalmente abstrato, ou se prefiro exterminá-las de vez.
B."
Sem querer, achei isso aqui gravado no micro. Escrevi isso em 05/11/2004 e guardei. Nem lembro se publiquei no meu antigo blog, acho que não. Acho que o exterminei antes dessa data. Mas relendo isso agora... não é q eu gostei?
sexta-feira, agosto 19, 2005
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