segunda-feira, setembro 11, 2006

Como é ruim ficar sem internet em casa. A gente se acostuma a ter todas as notícias do mundo ali, a um passo da cama, sem gastar um centavo (ok, isso é relativo), saber o que acontece em cada parte desse mundão. Sem internet em casa eu me sinto meio alienada, parece que o mundo pode explodir e eu não vou ficar sabendo. Mas enfim, por outro lado é bom, porque você se acostuma novamente a uma vida normal, sem essa dependência diária da internet, e aproveita o tempo pra outras coisas, revê os amigos, sai e não fica com aquele pensamento "ai, queria estar em casa, na internet!", um desprendimento mesmo. Um reaprendizado. Uma coisa mais dosada. A dosagem certa. Mas é difícil. Pra quem tá muito acostumado, fica sempre um certo buraco. Vício é triste. Mas está sendo bom.

E hoje faz 5 anos do atentado ao World Trade Center. O tempo é algo impressionante. Na minha cabeça, parece que isso aconteceu há uns 2 anos, no máximo. Lembro como se fosse hoje, estava aqui no trabalho e ouvimos a notícia do primeiro avião pelo rádio. Quando ligamos a tv, mostrava a explosão de outro avião, mas a gente assistia pensando que era uma reprise. Foi uma sensação tão estranha, um misto de desespero, de não saber o que iria acontecer dali pra frente, uma sensação de que nada nunca mais seria igual, um medo, e lá no fundo, beeeem escondido, um certo orgulho (bizarro, eu sei. bizarríssimo. não sei como tenho coragem de contar essas coisas) por estar vivendo um momento marcante na historia. Enfim, foi há 5 anos. E se tudo continua muito vivo na minha memória, imagina para aqueles que estavam lá, que perderam familiares, amigos, e morreram um pouco junto. Vítimas. Inocentes. Como se fossem simples bonecos, como se fossem nada. Triste não é uma palavra suficiente.

Aliás, eu ando cada vez mais com menos vontade de ler os jornais. Muita gente também anda assim, eu sei. Mas é deprimente. Só violência, só fatalidades, só coisas que você não pode mudar, suas mãos e pés atados, vocÊ não pode fazer nada e tem que conviver com aquilo. É por isso que às vezes é bom a alienação. Ler só aquelas coisas bobas, fúteis, que te mantém anestesiado, longe da realidade, se msofrimento. Sério. Porque, de que adianta você saber de tantas coisas ruins que acontecem no mundo, quando você não pode mudar nada? É só pra desesperar, então? Porque ultimamente é isso que anda acontecendo comigo. Quero cada vez mais fugir pra um lugar calmo, distante, isolado, aonde eu viva a minha vidinha de maneira bem egoísta, sem saber da violência que toma conta do mundo, sem saber de nada. Morar no mato, na montanha, na praia deserta. Feliz foi o Marlon Brando, que comprou uma ilha no Taiti.

Sério, ando vendo tanta desigualdade no mundo, que só tenho feito chorar. Chorar, porque é absurdo, chorar porque não posso fazer nada, chorar porque há pessoas que podem fazer e não fazem, chorar porque é tudo muito, muito, muito injusto e chorar porque as pessoas são muito ingratas e não conseguem enxergar a oportunidade que tiveram na vida, e têm tudo pra serem felizes e não são, enquanto outras enxergam o copo meio cheio quando ele está realmente meio vazio, mas elas brilham, elas enxergam o bom, elas recebem tudo com alegria e são felizes, e não reclamam. Na verdade, elas têm tudo, tudo, tudo, que aqueles rios de dinheiro das pessoas egoístas e infelizes não compram. Então é assim, quem tem tudo, reclama. Quem não tem, é agradecido e vive feliz. O que me revolta é que elas podiam ter mais. É que não precisava tanto sofrimento. É que enquanto uns gastam milhões e milhões com putaria, com cirurgias, com lipoesculturas, lipo-o-caralho-a-quatro, outras precisam de nem tantos milhões assim pra curar uma doença, pra fazer um tratamento de saúde, pra operar um defeito de nascença, pra ter o que comer por 1 mês, pra fazer uma criança mais feliz corrigindo as mãozinhas que nasceram com os dedos colados. É totalmente revoltante isso. E o que eu posso fazer? O que? O que eu posso fazer, eu faço. Mas é pouco, é tão pouco. Tem gente que poderia fazer tão mais, tanto. Não é à toa que são infelizes. Fúteis. Parecem aqueles porcos em que foram transformados os pais de Chihiro (A viagem de Chihiro), se esbaldando naquela comida, porcos, porcos, porcos, só engordando, a gula, sem necessidade, só porque tinha muita, e eles querendo mais e mais e mais, e seriam abatidos depois. Enfim. Ando revoltada. Quase nem deu pra perceber, né?

Quando eu abri o blogger hoje, eu não tinha o que postar. Eu ia só escrever "Eu tenho blog pra quê, mesmo?". Pra desabafar. Lembrei.

Um comentário:

Rick disse...

5 ANOS JÁ? Caralho!

Bom, eu preciso depender menos de internet. Quero tanto isso que não tenho mais orkut e afins, não fico mais no MSN (apenas umas 2 a 3 horas por semana - para quem ficava praticamente umas 30 por fim de semana…), e bem, eu acho que lá no trampo, o fato de eu trabalhar temporariamente um lugar onde internet não existe deva ajudar nisso. Mas estou aqui com remorso. Imagina ficar sem te mandar e-mails a cada 5 minutos? Só ler e responder teus e-mails à noite? Gaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaargh! :(