quarta-feira, agosto 17, 2005

Que coisa linda!

"A cartela de cores de Paulo vai do cinza prateado ao tom de pele. Só de vermelho, tem 15 tonalidades diferentes.

— O vermelho é a única cor que você tem que encontrar pronta na natureza. Se misturar branco, ele não vai ficando um vermelho mais claro, vai virando rosa. Os meus vermelhos eu busco na terra. Em Minas Gerais, as montanhas têm diferentes matizes. Cada uma tem uma característica cromática. Meu procedimento é como lavar ouro: eu decanto e separo a areia do pigmento — explica Paulo.

Nem sempre o pigmento vem da terra. Em outras situações, conta, ele mói pedras. As cores próximas do azul, por outro lado, são fabricadas a partir de certas raízes, como a das anileiras, e de certas flores. Segundo sua receita, as plantas e leguminosas ficam de molho durante dias no sol. Depois, mistura-se a cal, que ficará tingida.

— Os azuis que ele tem são inigualáveis. Misteriosos. Tem uns lilases, uns roxos muito diferentes. São belos tons — diz Orlando Mollica. — E acho que ele coloca nas tintas uma quantidade generosa de pigmento, porque os produtos dele não são ralos. A tinta vinílica dele é especial. Tem um acabamento acetinado que é maravilhoso. Não fica excessivamente brilhoso. O Paulo é de outro tempo, parece um tabaréu que vem de Minas trazendo pedras semipreciosas para vender. E ele está sempre estudando, buscando novas fórmulas. Isso me encanta.
"

A matéria completa tá aqui.

Nenhum comentário: